🔎 Lente nas Eleições #8: Debate indica temas da reta final
Sem Lula, debate indica quais assuntos devem ganhar força às vésperas do 1º turno
O debate entre os presidenciáveis neste sábado (24) deixou pistas sobre assuntos que prometem ganhar força na semana decisiva antes do primeiro turno. Entre eles, destaque para corrupção, voto útil e a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — que recusou o convite e não compareceu — e Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas de intenção de voto.
As menções feitas no debate à corrupção nas gestões do PT e ao orçamento secreto, implantado durante o governo Bolsonaro, retomam parte do enredo que predominou na eleição passada. Em 2022, entretanto, a discussão vem com uma nova roupagem mais abrangente, tendo como pano de fundo as diferenças entre governos de esquerda e direita.
O orçamento secreto, aliás, rendeu embates entre Bolsonaro e Simone Tebet (MDB). O presidente acusou a senadora, falsamente, de ter se beneficiado das emendas de relator — não há registro de que isso tenha acontecido — e também de votar contra veto a esse tipo de emenda — o que também não aconteceu.
Já o voto útil, mencionado mais discretamente no debate deste sábado por Tebet e Soraya Thronicke (União Brasil), tende a ganhar tração diante da possibilidade de a eleição nacional ser decidida em primeiro turno, como indicam as pesquisas. Resta saber se as senadoras, assim como Ciro Gomes (PDT), vão chamar atenção para o tema ou deixá-lo propositalmente à margem para se blindarem de possÃveis perdas de votos.
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Flávio Bolsonaro mente sobre queixa-crime contra jornalistas
Na sexta-feira (23), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) mentiu em suas redes sociais ao dizer que a Justiça aceitou sua queixa-crime contra os repórteres Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, do UOL. O parlamentar acusou os dois jornalistas de terem cometido injúria e difamação ao citá-lo em duas reportagens sobre o uso de dinheiro vivo na compra de 51 imóveis pela famÃlia Bolsonaro nos últimos 30 anos. A queixa-crime, no entanto, ainda não foi analisada. O juiz Aimar Neres de Matos, da 4ª Vara Criminal de BrasÃlia, apenas determinou a realização de uma audiência de conciliação entre os envolvidos, conforme prevê o Código de Processo Penal.
O que houve foi uma liminar, de segunda instância, que determinou que as duas matérias citadas por Flávio fossem excluÃdas do site até o julgamento do pedido do senador – isso havia sido negado por Matos, mas o parlamentar recorreu e conseguiu uma decisão favorável do desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Ele não fez qualquer análise sobre a queixa-crime. O UOL chegou a deletar os dois textos, além de excluir qualquer postagem nas redes sociais que mencionavam esses conteúdos, mas também recorreu.
Ainda na noite de sexta-feira, o portal conseguiu reverter a medida por meio de uma decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou que, "no Estado Democrático de Direito, deve ser assegurado aos brasileiros de todos os espectros polÃtico-ideológicos o amplo exercÃcio da liberdade de expressão".
…nos últimos debates: a TV Globo e suas afiliadas realizam na noite desta terça-feira (27) o debate final entre os candidatos aos governos estaduais. Na quinta (29), é a vez do confronto derradeiro entre os presidenciáveis. Mais do que a última oportunidade para conhecer melhor os candidatos e suas propostas, os encontros podem influenciar diretamente na definição de quem vai ao segundo turno e, em alguns casos, até mesmo se ele será realizado. Na disputa em nÃvel nacional, a grande expectativa é pelo confronto entre Lula e Bolsonaro, que estarão juntos em um debate pela segunda vez nesta campanha.
…nos conteúdos desinformativos: pesquisadores que monitoram redes sociais identificaram que as narrativas bolsonaristas se concentraram em duas frentes principais entre os dias 19 e 22. A primeira delas foi a confiança na vitória de Bolsonaro em primeiro turno, somada a crÃticas pesadas à esquerda, a Lula e ao PT. Os pesquisadores observaram que o conteúdo de muitas dessas mensagens é uma declaração de voto ― tanto que a hashtag mais utilizada leva o número de Bolsonaro (#BolsonaroNoPrimeiroTurno22). Outra frente principal das narrativas é de ataque à s urnas e aposta na participação das Forças Armadas. Os pesquisadores ponderam que não se deve desconsiderar crÃticas ao Exército por parte da direita: eles identificaram, por exemplo, uma foto de dois militares fazendo o "L" de Lula. O relatório foi feito com base em 96.641 menções considerando comentários em postagens, respostas e RTs no Facebook, Twitter e YouTube.
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