Lente nas Eleições #9: acusações marcam debate no Rio
Olá!
Os últimos debates regionais deste primeiro turno foram realizados na noite desta terça-feira (27). A Lupa acompanhou e checou ao vivo os encontros entre os candidatos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Os eventos são uma das últimas oportunidades para quem postula os governos estaduais se comunicarem com os eleitores — e também dão o clima para o encontro entre os presidenciáveis que ocorre amanhã, quinta-feira.
Por aqui, seguimos acompanhando. Fique de olho no lupa.news!
Um abraço,
Equipe Lupa
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Debate no RJ é marcado por direitos de resposta e acusações de corrupção
No último debate do primeiro turno no Rio de Janeiro, chamou a atenção o alto número de direitos de resposta pedidos por Cláudio Castro (PL) e Marcelo Freixo (PSB). Em um determinado momento, os dois estavam pedindo para responder a resposta do outro. No geral, Castro atacava Freixo por, supostamente, fazer uma “campanha suja”, enquanto o candidato do PSB relembrava casos de corrupção recentes no governo do estado.
Atual governador e primeiro colocado nas pesquisas, Castro foi a maior vitrine do debate. Tanto Freixo quanto Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (NOVO) criticaram a atual gestão e falaram sobre o escândalo de corrupção na Ceperj.
Neves e Ganime também centraram fogo no candidato do PSB, que está em segundo lugar nas pesquisas; o pedetista o acusou de ser incoerente por ter criticado banqueiros, mas receber doações deles, e também disse — erroneamente — que Freixo não tinha se manifestado sobre operações policiais durante o governo Castro. Já o candidato do NOVO fez críticas às ligações de Freixo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o apoia, e ao ex-prefeito do Rio César Maia (PSD), candidato a vice em sua chapa.
Os dois favoritos na disputa para governador também usaram informações falsas para embelezar o currículo. Castro disse que os técnicos do Tribunal de Contas aprovaram as contas do governo do Rio de 2021 por unanimidade. Na verdade, o corpo técnico do TCE recomendou a reprovação das contas. Quem aprovou por unanimidade foram os conselheiros. Já Freixo disse que a CPI das Milícias, que presidiu em 2008, prendeu mais de 200 milicianos. Na verdade, a comissão somente indiciou os suspeitos de envolvimento com essas organizações criminosas — e vários deles não foram presos.
Em São Paulo, candidato corrige dado — finalmente —, mas ainda exagera
A esta altura do campeonato, é interessante reparar no comportamento dos candidatos sobre dados já checados pela Lupa várias vezes. Com praticamente dois meses de campanha, os candidatos já viram o que não pegou bem e estão tomando certos cuidados. Vide a frase — finalmente — corrigida por Tarcísio de Freitas (PL) sobre os projetos de lei aprovados na gestão Bolsonaro em prol das mulheres.
No primeiro debate presidencial, em 28 de agosto, Bolsonaro disse que sancionou “mais de 60 leis em defesa das mulheres” e levou a etiqueta de exagerado: foram sancionadas 40 leis voltadas especificamente para as mulheres. Depois disso, em 17 de setembro, Tarcísio aumentou o número para mais de 70. Aparentemente não pegou bem e o candidato resolveu se corrigir, mas ainda exagerou ao dizer que foram “mais de 40”, enquanto foram exatamente 40.
Esse número em particular parece ser muito importante para ambos os candidatos, que tentam a todo custo conquistar o eleitorado feminino — nós falamos nesta matéria da série SobreElas que conquistar o apoio das mulheres é prioridade em 2022. Resta acompanhar para saber como Bolsonaro vai tratar o número a partir de agora.
‘Pânico moral’ ganha força na reta final do primeiro turno
Às vésperas das eleições, redes bolsonaristas têm usado informações falsas ou sem evidências para associar lideranças e partidos alinhados à esquerda a uma suposta perseguição às igrejas, ao cristianismo e ao “fim da família”. O fenômeno já ocorre desde o início do ano, mas ganhou força nos últimos dias, segundo levantamento feito pela Casa Galiléia.
Entre as mensagens altamente virais estão diversos conteúdos já checados pela Lupa, como o falso vídeo em que Lula diz que tem um pacto com o demônio — o vídeo foi editado de forma maliciosa para retirar um trecho da fala do ex-presidente. Nesta terça, a Lupa publicou uma reportagem falando sobre esse fenômeno.
…nas checagens da Lupa: muitas vezes, os próprios candidatos usam dados já checados pelas agências de fact-checking. Foi o que aconteceu na noite desta terça-feira (27) durante o debate dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul transmitido pela RBS TV. Onyx Lorenzoni (PL) repetiu a frase sobre a perda de empregos na pandemia que já havia sido checada pela Lupa em matéria sobre as sabatinas no Jornal do Almoço. Pois Eduardo Leite (PSDB) não hesitou e argumentou com a checagem. Agradecemos aos nossos seguidores que nos marcaram e alertaram para o fato no Twitter.
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Obrigado pela leitura e até a próxima semana
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