🔎 Lente nas Eleições #13: Bolsonaro ameaça rejeitar resultado
Bom dia,
A semana que passou começou quente com a repercussão do primeiro debate do segundo turno. Depois disso, os embates diretos entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) deram lugar à participação de um ou outro em podcasts e entrevistas. Tudo muito controlado e bem pensado, na busca pelo eleitorado ainda indeciso — e que pode definir esta eleição.
A impressão que fica é que ambos os candidatos à presidência estavam numa espécie de concentração, calculando os passos e se guardando para o grande momento da campanha do segundo turno: o debate da Globo, que acontece na noite de sexta-feira (28).
Por aqui, também estamos nos preparando para esse grande evento, com toda a pompa que ele merece. Nossos seguidores poderão assistir ao debate na TV acompanhando as checagens do que é dito na segunda tela. Siga @agencialupa e veja as checagens em tempo real.
Abs,
Equipe Lupa
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‘Moderado’, Bolsonaro repete teorias da conspiração e ameaça rejeitar resultado das urnas
O segundo debate da campanha eleitoral não aconteceu — pelo menos não ainda. Alegando incompatibilidade de agendas, Lula recusou o convite para participar do debate promovido por SBT, CNN, Veja, Estadão, Terra, Nova Brasil e Eldorado, e o programa virou uma sabatina de Bolsonaro. O presidente, mais uma vez, negou qualquer responsabilidade sobre o orçamento secreto — mesmo tendo sido o propositor das chamadas emendas de relator — e insistiu na informação falsa de que o PT votou contra o Auxílio Brasil.
Embora o tom da sabatina tenha sido bem menos combativo do que em outros momentos, Bolsonaro repetiu teorias da conspiração sobre “ideologia de gênero” para amedrontar eleitores. Ele pediu aos espectadores que procurassem no Google sobre o PNDH-3, Programa Nacional de Direitos Humanos, aprovado durante a gestão de Lula. No documento, a expressão “desconstrução da heteronormatividade” é usada no contexto de reconhecimento de famílias formadas por pessoas que não são heterossexuais — e, em sua lógica torta, isso significa “marmanjos usando o banheiro feminino”.
Questionado se aceitaria o resultado das urnas, Bolsonaro voltou a colocar condicionantes. Disse que, caso perca, aceitará a derrota, desde que os militares na comissão de transparência do TSE não encontrem irregularidades. Vale lembrar que o presidente e seus aliados já encontraram “irregularidades” — teorias da conspiração, vídeos fraudulentos e incompreensão básica do funcionamento do processo eleitoral — em eleições passadas.
TSE aumenta rigor contra a desinformação
O crescimento da desinformação na campanha fez o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) endurecer as medidas na reta final do 2º turno. Os números reforçam a importância da medida: houve alta de 1.671% no volume de denúncias de desinformação em comparação com a eleição anterior, em 2020, segundo o TSE. E, embora a quantidade de conteúdos falsos sobre a segurança das urnas tenha diminuído, cresceram em 426% os episódios de violência política via redes sociais em relação às eleições presidenciais de 2018.
A nova resolução anunciada pelo TSE determina a redução no tempo para retirada de conteúdos desinformativos de plataformas de redes sociais, sites e blogs — o prazo, agora, é de até duas horas após a notificação, sob pena de multa de R$ 100 mil a R$ 150 mil por hora. Nas 48 horas antes da eleição e nos três dias seguintes à votação, a multa será já a partir da primeira hora.
Ainda está prevista a remoção imediata de publicações cujo teor seja idêntico ao que já tenha sido julgado anteriormente pelo TSE como falso, calunioso ou distorcido, sem a necessidade de novo pedido à Justiça, bem como a suspensão temporária de perfis, contas ou canais caracterizados pela produção sistemática de desinformação. Outra medida é a proibição de propaganda eleitoral monetizada na internet – conteúdo patrocinado ou impulsionado — nas 48 horas antes da votação e nas 24 horas depois do pleito.
…nas pesquisas: pelo menos sete levantamentos sobre intenção de voto para presidente da República devem ser divulgados nos últimos dias da campanha eleitoral de 2022. O primeiro deles sobre a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) é do Ipec, previsto para segunda-feira (24). Datafolha, Paraná Pesquisas, Ipespe, Quaest, Futura e PoderData também devem divulgar pesquisas ao longo da semana.
…e nos debates: o tão aguardado “último duelo” entre Lula e Bolsonaro será na noite de sexta-feira (28), na TV Globo. Como o petista se recusou a ir aos embates no SBT e na Record, o encontro às vésperas da votação ganhou ainda mais relevância. Na noite anterior (27), já vai ser possível ter uma prévia com os debates estaduais, principalmente em São Paulo, entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT), que têm nacionalizado os confrontos e citado os padrinhos com frequência desde o 1º turno da disputa.
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