🔎Dinheiro fácil nas redes é golpe
#181: Anúncios fraudulentos ganham força nas redes usando os nomes do Nubank e Mercado Livre. Confira nossas dicas para se proteger
Oi, Luciana Corrêa, editora-chefe da Lupa, chegando com a Lente da semana. Recentemente percebemos aqui na redação a circulação de muitos golpes envolvendo instituições financeiras. Eles são diferentes nas promessas, mas parecidos na tática, inclusive na estratégia de divulgação nas redes sociais. De olho nisso, o repórter Maiquel Rosauro explica como funcionam as fraudes e ainda traz dicas preciosas. Boa leitura!
5 dicas para escapar de golpes com promessas de dinheiro fácil
Os dois registros acima, publicados no Reclame Aqui, são de pessoas que caíram em um golpe que usa o nome Nubank para furtar dados e dinheiro de usuários das redes sociais. Na semana passada, produzi uma verificação sobre o assunto e o que mais me surpreendeu foi o fato de que a mesma fraude circula há vários anos, mas com um conteúdo repaginado.
Desde 2023, o Nubank vem alertando que não realiza este tipo de pagamento. Porém, os golpistas são criativos. Em abril, circulou um vídeo - produzido com inteligência artificial (IA) - em que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) falava sobre a Receita Federal ter obrigado o banco a pagar uma suposta indenização. Já este mês, viralizou uma publicação simples, com uma imagem com a logo do banco junto a um texto informando sobre a indenização de até R$ 10 mil.
Mas esta não é a única forma de golpe envolvendo o nome de instituições financeiras que está viralizando. Na terça-feira (20), minha colega Gabriela Soares publicou uma verificação sobre uma fraude do suposto cartão gold do Mercado Livre que oferece até R$ 14 mil de limite para compras. Para receber o tal cartão - que segundo o post pode ser solicitado até por negativados - é preciso fornecer dados pessoais e ainda pagar uma taxa de envio.
Ambos os golpes têm em comum o fato de que seus autores investiram um bom dinheiro em impulsionamento na Meta (dona do Instagram, Facebook, Threads e WhatsApp) para fazer os anúncios chegarem a um grande número de pessoas.
Tanto a Lupa quanto outras agências de checagem denunciam constantemente esse tipo de postagem fraudulenta, mas a Meta ainda não encontrou uma forma eficiente de impedir essas publicações nas redes. Ao se deparar com conteúdos suspeitos, você pode denunciar à Meta ou encaminhar o link para o WhatsApp da Lupa para que possamos verificar. Para você não cair nestas fraudes, vou te dar cinco dicas espertas:
1 - Confira outras postagens do autor
Clique no nome do autor do post e verifique seus dados. Se a página foi criada há pouco tempo, se possui poucos amigos ou seguidores, se não tem fotos ou possui apenas imagens genéricas, e se possui poucas publicações, desconfie! Há grande chance de ser um golpista.
2 - Faça uma busca na Biblioteca de Anúncios
Golpistas precisam fazer seu conteúdo chegar a um grande número de pessoas e, para isso, eles investem em anúncios patrocinados no Facebook e no Instagram. Entre neste link
https://www.facebook.com/ads/library/ e onde diz "categoria de anúncio" selecione "Todos os anúncios". Depois, no campo de busca ao lado escreva o nome do autor do post ou use palavras chaves (por exemplo: "mercado livre gold"). Fique alerta se encontrar uma grande quantidade de anúncios. Vide exemplo abaixo.
3 - Releia com atenção
Na apuração sobre a fraude sobre o Nubank, o texto dizia “AGORA: Nubank perde o processo contra Receita Federal e agora é obrigada a pagar uma indenização pare seus usuários! Você tem direito a receber de R$ 4 a R$ 10 mil. Clique em SAIBA MAIS gora mesmo!”. Fique atento aos erros gramaticais. Por algum motivo, golpistas são inimigos da Língua Portuguesa.
4 - Não acredite em dinheiro fácil
Por mais que seja tentador, não acredite que uma empresa vai simplesmente te oferecer um limite de R$ 14 mil no cartão de crédito ou uma indenização de R$ 7 mil sem nenhum motivo aparente. Infelizmente, como você leu no início deste e-mail, quem acredita nesses posts acaba perdendo dinheiro.
5 - Pesquise no site da Lupa
Há uma seção no site da Lupa chamada “Será que é golpe?”. É lá que a gente reúne todas as matérias que já publicamos sobre fraudes a partir de sugestões dos nossos leitores. Neste link você pode fazer uma rápida pesquisa em todos os conteúdos sobre golpe: https://lupa.uol.com.br/sera-que-e-golpe/busca/.
O jornal americano The New York Times revelou como o Brasil se tornou uma 'fábrica de espiões' russos. Há um ano, em reportagem especial, a Lupa e o Chequeado, da Argentina, mostraram como a Rússia combina espionagem e campanhas de desinformação para ampliar sua influência na região – para isso, o país usa canais no Telegram e perfis no X para espalhar propaganda pró-Rússia e narrativas anti-Ocidente. Os repórteres Fernando Trincado, Maiquel Rosauro e Catalina Roig também explicam como o Brasil se tornou alvo e os principais assuntos disseminados nas redes. [Evelin Mendes, editora-assistente]
Jornais como o Chicago Sun-Times e o The Philadelphia Inquirer publicaram nesta semana uma lista de sugestões de livros para serem lidos no verão (setentrional) que deixou os EUA boquiabertos. O conteúdo foi gerado por inteligência artificial e continha uma série de obras inexistentes. Títulos fictícios foram atribuídos a autores renomados, como “Tidewater Dreams”, supostamente escrito pela romancista chileno-americana Isabel Allende e “The Rainmakers”, atribuído a Percival Everett, ao vencedor do Pulitzer de não ficção deste ano. Segundo a imprensa americana e britânica, apenas cinco dos 15 títulos listados pelos jornais eram reais. O episódio gerou discussões sobre ética, integridade jornalística e o impacto da redução nas redações. O “Sun-Times” disse investigar o ocorrido e reforçou seu compromisso com a confiança dos leitores. [Cristina Tardáguila, Fundadora]
O Pew Research Center investigou como os americanos definem o que é notícia. No passado, esse papel cabia aos jornalistas, mas, com a descentralização da comunicação pela internet e redes sociais, o foco mudou: agora, procura-se compreender a visão do público. A pesquisa revelou que a definição de notícia se tornou mais pessoal e flexível, com base em seus interesses, identidades e relevância individual. Ainda assim, há consenso sobre alguns critérios básicos: a notícia precisa ser factual, atual e importante para a sociedade. Temas como eleições (66%) e a guerra em Gaza (62%) são amplamente reconhecidos como notícias legítimas. Apesar de muitos afirmarem que não gostam de consumir notícias, a maioria admite que precisa delas. Embora digam valorizar a imparcialidade, 55% consideram importante que suas fontes de informação compartilhem de suas visões políticas. [Bia Farrugia, analista de conteúdo]
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